A polícia armou uma reunião com coffee break para prender o policial penal José Ramony Emanuel de Melo Costa, de 29 anos, ex-diretor de presídios e suspeito de facilitar a entrada de celulares para detentos de unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza.
Ramony foi capturado na última quinta-feira (31), em um presídio de Itaitinga. Na sexta (1º), ele passou por uma audiência de custódia, ocasião em que teve a prisão temporária convertida em preventiva.
O policial penal informou ao juiz durante a audiência de custódia que o chamaram para uma reunião de inauguração de uma empresa no interior de uma unidade prisional, onde estavam todos os membros do corpo diretivo e gestores. Ele participou do evento, que teve um coffee break, um intervalo para café e lanche. Após a refeição, ele foi retirado e levado para a sala da direção, onde policiais civis e penais o aguardavam para prendê-lo. Lá, ele recebeu voz de prisão.
Além do mandado de prisão temporária, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o ex-diretor. Na ocasião, foram apreendidos diversos aparelhos celulares, mais de R$ 40 mil em espécie, além de um carro de luxo do policial.
O agente foi autuado corrupção passiva majorada e associação criminosa. Durante a audiência, ele negou as acusações e afirmou que o dinheiro encontrado com ele seria para o conserto do carro.
“Esse dinheiro eu ia destinar ele para pagar o conserto do meu carro, que ele tá com vazamento de óleo, enfim, trocar o óleo do câmbio. Esse dinheiro que estava lá era para isso. […] Eu não sou criminoso, eu não sou bandido”, disse o agente, aos prantos.”
Para o juiz, Ramony aproveitou do prestígio na Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), “inclusive entrando e saindo das unidades sem se submeter as vistorias”, para ingressar com os aparelhos ilícitos.
“Somado a esses celulares apreendidos no momento da prisão, causa também estranheza a quantidade de dinheiro encontrado na casa do preso”, disse o juiz.Foram encontrados R$ 3 mil no carro em que Ramony estava;
R$ 18,3 mil no guarda-roupa do quarto do casal;
R$ 18 mil em uma maleta no escritório;
R$ 5 mil reais na gaveta da sala;
R$ 1 mil em outro quarto.
“Então, a princípio, são elementos que comprovam que há realmente o envolvimento do autuado [o policial penal suspeito dos crimes] nos fatos imputados. Inclusive, foi corroborado por vários depoimentos já acolhidos anteriormente às medidas decretadas”, acrescentou o juiz.
Fonte: G1
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